quinta-feira, 11 de junho de 2009

Aprendendo a amar!

no meio da rua estava ele. Sozinho novamente, ou ainda!
Olhou para o topo da rua por onde estava a poucos minutos.
Nenhum carro, nenhuma alma, somente ele e a chuva!
Chuva grossa, pesada, gélida... As gotas a pingar em seu rosto feito agulinhas penetrando a carne.
O céu negro-acinzentado. Nenhum resquicio do sol ou de luz. Era apenas ele parado.
No canto da rua surgiu uma figura. Magro, cabelos curtos e lisos, olhar concentrado, negros olhos. Molhado, ensopado. Camisa grudada no corpo devido a agua.
Ele se aproximou daqueles olhos concentrados. Cada passo em sua direção era uma sensação diferente e intensa. O corpo se eriçava, a pele coçava, o coração acelerava, a garganta secava. Aquela figura mexia-lhe com todo o corpo sem ao menos lhe tocar. Apenas o olhar daquele estranho leh causava um impacto terrivel.
Estranho? Nao, nao era ele estranho. Ele o conhecia. De algum lugar, de algum tempo, ele o conhecia.
Era como se libertar do proprio corpo, da propria pele. Aquele rapaz, aquele garoto era a ansia da sede, era sede pura que secava a garganta.

Chegou perto e lhe tocou o rosto. A sede aumentara, o corpo tremia, as pernas falhavam, o choro escorria. Escorria e se perdia com os pingos da chuva.
Algum dia quando as lagrimas se fizessem, ele as esconderia por debaixo das chuvas, para que ele nunca as visse, para que ele nunca visse suas lagrimas por ele. Mas ele estava ali. Ainda que nao visse, sentia o soluçar do peito, o frenesi do coração.

O beijo foi o mais terno possivel, porem, cheio de paixao. O universo parou, tudo ficou escuro e n se sentia mais nada. Era como ser completo. Queria que as peles fossem uma só, que as bocas fossem uma só. Nao sabia como, mas queria beber aquele garoto, queria comer aquele ser, queria saciar sua ausencia interna com aquele ser estranho, mas conhecido.

A cena parou no beijo. No beijo molhado da chuva e salgado das lagrimas e nunca mais ele voltou a tê-lo. Nunca mais voltou aquela rua para voar nem para amar. Mas ele sabia que dali algo se concretizaria. So nao sabia que demoraria tanto!

Nenhum comentário:

Postar um comentário