segunda-feira, 29 de junho de 2009

Quando criança...

costumava a brincar na casa de vó.
O local mais interessante de todos.
Era onde tudo convergia:
da alegria à orgia!

Abriu os olhos e estava parado olhando ao redor.
Dentro do box do banheiro. Sozinho mergulhado em sensações estranhos que lhe arrepiavam os pêlos. Subia das pernas, percorria os orgaos genitais, alcançava a espinha, coçava o estomago e atingia os cabelos lisos. Que sensação era aquela? Uma sensação que nao sabia ser nova ou antiga. Que sensação era aquela em que a vontade de gritar era terrivel, mas nao queria deixar de sentir a sensação.

Como se ja esperasse, entrou no box um de seus primos. Era o meis velho deles. Devia ter uns 15 anos. Alto, magro, bonito e barba rala no rosto. Sua altura era descomunal, mas será que o era devido a baixeza dele ou era o primo que era alto mesmo.

Nu, completamente nu. Seu corpo era o objeto das suas sensações. Estas intensificaram ao ve-lo parado se molhar, como se nao estivesse vendo-o parado ali fitando o corpo do primo.

Foi entao que o primo chegou perto e lhe carregou ate ficarem cara-a-cara. Suas grandes maos o envolveram e instigaram a maior sensação, pulsao que lhe afligira. Um beijo molhado tirou o suspiro deprava e contido por tanto tempo.

Aquele corpo era, uma unica vez, dele, somente dele.
Era o erotismo personificado naquele primo e n precisava mais nada, apenas te-lo para si ali mesmo naquele banheiro, realizando as suas luxurias infantis ate entao desconhecidas.

sábado, 20 de junho de 2009

diluvio de emoções

Era numa praia muito grande, ampla.
o sol se punha no oeste enquanto a lua surgia ao leste por sobre as aguas da praia.
aguas essas escuras, cor de barro.
o nome do lugar era Mosqueiro e batia um vento suave de fim de tarde.
gostoso aroma de marezia.
O sol amarelado deixava a paisagem colorida de um amarelo queimado, como se fosse uma fotografia antiga que ficou amarelada, ou entao aqueles filmes dos anos 60 em que a unica cor da filmagem era o amarelo escuro.

Ele estava inquieto. Sentado na cadeira de prai, observava o por do sol e se virava pra vislumbrar o nascer da lua. Seu peito gritava por algo que nao sabia identificar. Era um sufoco a toa, idiota!
Levantou-se da cadeira e fez um desenho na areia para passar o tempo e quem sabe esquecer a angustia que so aumentava.
Passado um pequeno tempo, tentou ler o que havia escrito nos graos aos seus pés, porem, nao sabia o que tinha escrito. Ainda que as letras fossem claras, o entendimento nao o era.
Pareciam letras soltas.

De repente, um som oco o espantou. Percebeu que a margem das aguas da praia foram abruptamente recolhidas para dentro. Que nem uma onda quando se forma, levando consigo as aguas da beirada, assim ocorreu. Mas as aguas se recolheram muito, uns 30 a 50 metros para dentro do mar.

Abismado, reparou que ao longe uma onda gigantesca se aproximava da costa e estava havida por terra firme. O vento sorpou violentamente tirando da areia os guarda-sois encravados. As barracas tiveram seus telhados arrancados e as pessoas entraram em desespero. Uma correria começou enquanto ele congelou em frente à onda que chegava mais perto. Sua mae lhe puxou o braço comletamente amedrontada.

Voltando a consciencia, ele correu junto com ela subindo uma pequena escada para alcançar a rua. Mas foi tarde demais. A onde chegara. A unica e ultima reação que teve foi agarrar-se a uma arvore junto a sua mae e observar a onde gigante quebrar por sua cabeça.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Aprendendo a amar!

no meio da rua estava ele. Sozinho novamente, ou ainda!
Olhou para o topo da rua por onde estava a poucos minutos.
Nenhum carro, nenhuma alma, somente ele e a chuva!
Chuva grossa, pesada, gélida... As gotas a pingar em seu rosto feito agulinhas penetrando a carne.
O céu negro-acinzentado. Nenhum resquicio do sol ou de luz. Era apenas ele parado.
No canto da rua surgiu uma figura. Magro, cabelos curtos e lisos, olhar concentrado, negros olhos. Molhado, ensopado. Camisa grudada no corpo devido a agua.
Ele se aproximou daqueles olhos concentrados. Cada passo em sua direção era uma sensação diferente e intensa. O corpo se eriçava, a pele coçava, o coração acelerava, a garganta secava. Aquela figura mexia-lhe com todo o corpo sem ao menos lhe tocar. Apenas o olhar daquele estranho leh causava um impacto terrivel.
Estranho? Nao, nao era ele estranho. Ele o conhecia. De algum lugar, de algum tempo, ele o conhecia.
Era como se libertar do proprio corpo, da propria pele. Aquele rapaz, aquele garoto era a ansia da sede, era sede pura que secava a garganta.

Chegou perto e lhe tocou o rosto. A sede aumentara, o corpo tremia, as pernas falhavam, o choro escorria. Escorria e se perdia com os pingos da chuva.
Algum dia quando as lagrimas se fizessem, ele as esconderia por debaixo das chuvas, para que ele nunca as visse, para que ele nunca visse suas lagrimas por ele. Mas ele estava ali. Ainda que nao visse, sentia o soluçar do peito, o frenesi do coração.

O beijo foi o mais terno possivel, porem, cheio de paixao. O universo parou, tudo ficou escuro e n se sentia mais nada. Era como ser completo. Queria que as peles fossem uma só, que as bocas fossem uma só. Nao sabia como, mas queria beber aquele garoto, queria comer aquele ser, queria saciar sua ausencia interna com aquele ser estranho, mas conhecido.

A cena parou no beijo. No beijo molhado da chuva e salgado das lagrimas e nunca mais ele voltou a tê-lo. Nunca mais voltou aquela rua para voar nem para amar. Mas ele sabia que dali algo se concretizaria. So nao sabia que demoraria tanto!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Aprendendo a voar

Estacionado no topo da rua, a qual tinha uma inclinação suave.Deste topo se via uma pequena parte da cidade, pequenissima na verdade!
Atras de si uma igreja; na frente uma rua de largura apenas para dois carros. Um sopro gostoso no rosto e uma louca vontade de voar.
Nao um voar de bater asas, mas de levitar do chao, do proprio corpo e sentir-se livre.

Nenhum som, nenhum movimento. Ninguem na rua. Nem um ruído sequer.
Era apenas ele, sozinho, no topo da rua!

Acelerou as pernas e correu. Dez passos após o percurso deu um salto rumo aos ceus. A gravidade apenas fez sua parte: puxou o rapaz para o chao.Prendendo a respiração como quem quer flutuar por sobre as aguas, ele flutuou a dois palmos de distancia do chao e em inercia ia descendo a rua.

Era dificil manter-se concentrado no voar, mas a sensação era de total liberdade. Fradativamente voltou ao solo se debatendo. Instigado por nao conseguir manter-se flutuando, retornou ao topo da rua meio ofegante. Voltou a correr e saltou novamente rumo aos ceus e prendendo a respiração. Flutuou novamente por dois palmos do chao descendo a rua com o suave sopro do ar aos seu olhos.

A respiração lhe falatava por prenda-la em excesso para manter-se no ar. Expirou e rolou fortemente no chao asfaltado. Lanhou sua pele, sem ferir-se no chao. Levantou-se ofegante, como se estivesse com asma. Era dificil demais manter-se voando.

Sua visao embaçou e seus olhos reviraram. Estava tonto e iria desmaiar. O voo consumiu toda a sua energia e ele desfaleceu ao chao por sobre os ceus azulados e silenciosos como aquela cidade.