De olhos bem abertos:
A vida é como um hotel. Você chega alegre, eufórico. Olhando por todos os lados. Muitas cores, muito luxo (ou não), muita coisa diferente da qual nao se está acostumado a ver. Nao faz parte do seu dia-dia.
As pessoas sao estranhas, mas sao simpaticas, educadas, receptivas e bem humoradas. Seu quarto é o melhor e mesmo que seja dificil de se acostumar a ele, logo pega o jeito, haja vista que sua alegria é tamanha que lhe proporciona a adaptação imediata.
Um passeio aqui, um passeio ali, um banho na piscina, um café da manha de outro mundo, um "olá" desconhecido com sotaque diferente, uma outra lingua que nao a nacional... Tudo é diferente, distinto, mas tudo se completa.
Todos ali nao pertencem aquele lugar, mas craim forças juntos para se estabelecerem e permanecerem. A felicidade gratuita surgida da empolgação ajuda a aquilibrar.
Ate que as coisas se transformam. Aquele vizinho que todos os dias tomava banho de sol nao está mais ali. A menina com seu baldinho nao está correndo pelos corresdores, o senhor careca nao aparece no café da manha. Aqueles que passam a ser seu referencial de equilibrio nao se encontram mais ali. Entretanto, outros ocupam seus lugares. Quem os mandou em substituição?
A alegria começa a desaparecer e o novo começa a ficar estranho. As pessoas vao desaparecendo, sendo substituidas e você continua ali, sozinho vendo tudo se modificar e menos a sua estadia nao se modifica.
Os corredores começam a lhe sufocar, a piscina começa a ficar esverdeada, o azul do céu nao muda sua cor enebriante e cansativa. O que lhe era novo vira comum, vira cotidiano, vira o seu dia-dia. A monotonia da imperfeição.
Entao surge o momento em que você tem que ir embora, é a sua vez de mudar o cenario daquele grande hotel. Os que ali estavam quando você chegou não estão mais e somente resta você a deixar o local.
A nostalgia invade a sua porta e lhe provoca sensações terriveis. O fazer de malas lhe deixa triste. A saída do quarto lhe deixa uma lagrima. Tudo se transforma repetinamente. Mas você tem que partir para que outro ocupe o seu lugar. E, por fim, você desaparece aos olhares dos que ali ficaram e que tambem sentirão sua ausencia.
Será que a vida de hotel nao lembra muito a vida do ser humano? Nascimento-morte. Chegada e partida. Alegria e sofrimento. Novidades e rotinas. Nosso mundo é um pequeno hotel.
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