domingo, 12 de abril de 2009

Do Nada a Deus - Cavalo selvagem (parte 1)

Cavalgando pelas linda paisagem verdejante vai o cavalo selvagem.
Beleza imponente, num belo por-do-sol, sem nada a temer.
Pensando que a vida está exatamente perfeita, viva e esplendida.
Engano.
Ela nunca foi tao futil, tao fraca, tao egoista.
Uma nuvem negra quebra o encanto da paisagem.
A sede enfraquece o belo cavalo.
Um leao a espreita deixa o clima tenso e ansioso.
Nao, nao é tao belo quanto se pensa.

Num mundo pequeno, de detalhes impercebiveis, o cavalo dança sobre as patas.
Nao sabe ele que vai ter que deixar a felicidade passageira.
Nao tendo forças para controlar as mudanças ocasionais da vida, ele contraria a natureza inflingindo sobre si mesmo caracteristicas absurdamente imponiveis.
Mas o que ser ele senao um mero cavalo?

Nosso orgulho, nossa imponencia, nossa felicidade.
Tudo superfulo diante da magnicancia do universo.
Pequenos graos de areia altamente poderosas, mas que nao conseguem mudar a sua propria mente.
Por isso somos constantemente açoitados pelos chicotes de anjos alados.
Chicotes que ardem muito mais do que a fome, do que a sede de amar.

Todo nosso orgulho, toda nossa prepotencia açoitada dia-dia e maldizemos à Deus por nossas enfermidades.

Nao farei isso!
Nao serei mais um cavalo selvagem em sua pastagem verdejante achando que tudo está perfeito, enquanto sou o mais imperfeito.
Açoita, óh Pai!
Açoita esse corcel orgulhoso e promiscuo.
So nao me abandone e me dê forças para resistir a nao cometer os erros do passado.

Oh fardo cansado.
Nao pensei que essa cruz fosse tao pesada.
Mas ela é minha e tenho que saber conduzi-la.
Fechando as maos nesse instante, porque os dedos nesse momento sao os que podem me fazer vacilar.

Muito fraco pelas minhas penas.
Meu orgulho ferido corroi toda a minha entranha.
Mas isso passará.
Sinto passar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário